02/04/2009

O Primeiro Amor




Nem me lembro se na adolescência eu tive essa de primeiro amor. Afinal nessa época a gente se apaixona pelo primo bonitão, pelo professor de geografia e por ai vai. Lembro-me bem que o meu primeiro amor foi aos 26 anos, sim não se espante, o cupido só lançou a flecha no meu coração nessa época. Às vezes penso que ele esqueceu de mim e que somente se lembrou quando pegou a minha ficha.
“Nossa a Rita ainda não amou de verdade???” Flechada nela.

Afinal desde adolescente eu sonhava com um grande amor, culpa claro dos inúmeros romances que li nessa época onde aconteciam histórias românticas entre moças frágeis e homens lindos e másculos. Imaginava-me como essas mulheres que se apaixonavam loucamente por aqueles homens maravilhosos. Nessa época era tão fanática por esses romances que comecei a escrever o meu, infelizmente aquele caderno onde registrei a minha história romântica se perdeu em uma das muitas mudanças pelas quais passei. Pena, estava muito bom! Era bem água com açúcar, criei uma personagem de personalidade, mas com um quê de fragilidade e o homem do meu livro era forte, astuto e muito másculo. Bem coisa de adolescente..rs....relevem eu só tinha 13 anos.
Só que eu que sempre me julguei super esperta nem senti a flechada quando o tal “amor” aconteceu comigo, meses depois me acabando de chorar sem saber o porque dele ter me deixado, com a ferida da flecha aberta e sangrando, não entendendo o por quê de não saber onde foram parar todas aquelas juras de amor, aquela paixão, em meio a tanto sofrimento, lencinhos de papel e nariz assado de tanto esfregar que percebi que ele tinha sido o meu primeiro amor. Que flechada dolorida! Demorou a cicatrizar e confesso que em nada me fez lembrar os romances que lia dos 11 aos 15 anos com o famoso Happy End!

Eu estava mais para livro de drama, daqueles com muito choro e lamentações.
Foi a partir desse momento que me tornei ines.... Digo isso, pois depois de todas aquelas lágrimas e quando achei que nunca mais saberia do dito-cujo eis que ele me aparece através de e-mails os quais nem respondi afinal a explicação que eu tanto queria para aquela ausência dele só me faria sentido antes, porque teve que me fazer chorar? Depois eles dizem que evitam o drama e que nós, mulheres somos as atrizes dramáticas dignas de um Oscar.
Quando me deparei com aquele e-mail à ferida da flecha latejou, mas não abriu.
Bom, isso se arrastou por mais alguns meses, em espaços esporádicos o meu ex-amor dava o ar da graça, como se quisesse deixar sua marquinha, homem tem essa mania de deixar uma mulher debaixo do balaio para ir de tempos em tempos cutucar, afinal eles jamais fecham a porta.
Até que finalmente, depois de três anos, sim, você estão lendo corretamente, três LONGOS ANOS, mil e noventa e cinco dias aproximadamente recebi um telefonema no meu trabalho e ao ouvir aquela voz que me foi tão familiar antes mas que naquele momento pela surpresa demorei a associar a pessoa, aceitei escutar o que tanto ele queria falar mesmo porque aquela altura do campeonato já não fazia mais diferença, as lágrimas que eu derrubei aos montes estavam secas há tempos e eu segui em frente, fui viver, tinha desistido há muito tempo de tentar montar aquele quebra cabeça, a peça mais importante ele tinha levado quando sumiu, a honestidade.
Ai esta mais uma prova de que quando o cara quer falar com você ele se vira, depois de três anos muita coisa tinha mudado na minha vida e até em outro emprego eu estava, então se um dia um homem vir com um papinho furado de que não pode te ligar, fique esperta, quando eles querem, eles dão um jeito. Voltando, quando o vi parado na frente do meu prédio tive a sensação de que o tempo tinha se congelado há exatos três anos, era como se ele nunca tivesse estado ausente. Como se as lágrimas que eu derrubei nunca houvessem existido.
Voltei do encontro pensando ..é realmente fiquei na cabeça dele esse tempo todo e isso deve ter sido tão perturbador para ele que enquanto não veio chorar as pitangas não sossegou! A ferida da flechada estava cicatrizada enfim!
Fui Inesquecível para ele, de alguma forma caso contrário não se daria ao trabalho de vir contar o que aconteceu, ele poderia ter me poupado do sofrimento sendo honesto, mas a vida é assim, homem é muito covarde, é essa a realidade.
Então avalio o por que de ter passado por isso e que sentido isso teve na minha vida. Afinal ele voltou, mas não ficou!
Se eu fosse uma deslumbrada ia fazer as contas do enxoval, afinal ele poderia ter se dado conta de que eu era a mulher da vida dele, ainda bem que isso nem passou pela minha cabeça senão seriam mais meses de choro e longas noites de insônia!
Dizem que o primeiro sutiã a gente nunca esquece, ok nem o primeiro pé na bunda!..rs

Um comentário:

  1. Amiga!!! Que tudo o seu BLOG, até que enfim você vai expor suas histórias para todos e não apenas para nós, amigas Ines.... rs
    Bjs e boa sorte!

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