25/11/2013

Louvação às Pombagiras




Hoje eu não vim pedir, hoje eu vim saudar.
Estou aqui para louvar as moças que habitam nosso Congá.
Sinto o perfume que toma conta do lugar e de repente mesmo sem eu esperar no meio do terreiro Maria Quitéria se põe a girar.
Sua fala é mansa, mas a verdade que sai de seus lábios pode cortar com uma foice, cabelos negros olhar penetrante é ela a Dama da Noite.
Mas a frente com sua voz rouca ela me livra de todas as armadilhas, sempre ao meu lado esta ela a Maria Padilha.
Jamais deixarei de acreditar na força da Calunga, envolta num manto negro com ar de mistério desce no terreiro soberana a Rainha do Cemitério.
Aqui nenhuma delas esta de brincadeira, nas mãos uma rosa amarela, olhar profundo ela é Rosa Caveira.
Ela cuida do meu caminho e me livra de todas as amarras, rodopiando e gargalhando eu louvo a Pombagira Sete Saias.
Em uma mão ela carrega um punhal, na outra uma flor, Pombagira Cigana me protege de toda a dor.
Escuto sua voz, ouço seus conselhos, Maria Mulambo não deixa que eu me perca em devaneios.
Mesmo quando me sinto fraca ela não deixa que eu perca a minha fé, me levanta e me inspira Célia do Cabaret.
Aqui existe uma força que ninguém imagina, sorriso doce de Pombagira Menina.
Estimula-me, me orienta, porém acima de tudo me faz entender que não estou aqui para sofrer, me faz forte, paciente.
Por isso, não quero pedir nada, não quero chorar mágoas, quero me render ao encanto delas, quero agradecer de forma sincera.

Laroyê Pombagira
Rita Ramos

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